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Venezuelanos e brasileiros....


Ribeirão Preto vem, já há alguns anos, recebendo refugiados da Venezuela, país em séria situação de desequilíbrio social, político e econômico. Alguns vêm com profissão, "estudo", e se viram bem, trabalham. Mas, desde agosto de 2021, temos recebido índios da etnia Warao e aí tudo muda. Após a colonização das Américas, há séculos atrás, esses índios foram expulsos de suas terras, que foram ocupadas pelo arroz, industrialização e desrespeito. Deslocados para centros urbanizados, não tiveram mais oportunidades de decência e, se tiveram, não sabiam enxergar ou aproveitar. Passaram a ser cada vez mais excluídos, e a mendicância passou a ser sua única saída. Lembrem-se, estamos falando de um outro país, não daquilo que conhecemos do nosso. Com a crise mais recente da Venezuela, temos recebido no Brasil esse povo indígena, que não pode ser rejeitado, pois há uma lei que obriga o país a recebê-los, pq têm seus direitos violados (assim como muitos brasileiros também!!). Mas vêm em busca de menos sofrimento, em busca de nossa receptividade. Será que temos ao menos isso pra oferecer? A maioria é analfabeta, não fala nem o espanhol, só a língua warao. Mulheres têm (desde sempre!) a responsabilidade de suprir as necessidades da casa, e homens ainda acreditam que seu papel é político e de pesca.  Tudo muito estranho pra nós, mas somos estranhos pra eles também! Vivem de "coleta", e precisam ir de táxi aos locais movimentados, pq não sabem usar transporte público e são alvo de preconceito pesado nesses coletivos. Por outro lado, o preconceito que presenciam na coleta de $ já faz parte de suas vidas, e eles aprenderam a suportar. Há uma movimentação política, social e de saúde, no país todo, para oferecermos oportunidade de acolhimento social a eles. Precisam trabalhar, estudar, se vacinar, ter um teto, como todo brasileiro precisa. Não conhecem higiene, não sabem o que é prevenção de doenças, promoção de saúde.


  Levi Strauss dizia que quando conhecemos outras culturas, aprendemos a conhecer a nós mesmos. Quem somos nós, então?

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