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Sobre o suicídio

Estamos vivendo uma época que exige novas atenções!


Uma das questões mais difíceis de serem respondidas pelos filósofos é: a vida vale a pena ser vivida? O niilismo, professado por Nietzsche e outros filósofos, defende a ideia de que não há uma verdade absoluta. A depender do grau de prazer de viver, uma pessoa pode considerar que esse viver vale a pena ou não. Não se trata de uma eterna busca por coisas exultantes, mas sim encontrar emoção e beleza no dia a dia, sem falsos romantismos. Em um mundo em que a tradição de bons princípios e o convívio social sadio estão quase que destruídos, as pessoas não conseguem enxergar coisas belas e valorosas. Observa-se, com frequência, que a falta de perseverança impede as pessoas de viabilizarem seus principais objetivos. O desespero por não se atingir as ilusões, a realização de vaidades e as ambições apagam os pontos luminosos do viver, vedados por sorrisos falsos, choros forçados, falta de harmonia. 
Em diversas crenças e posturas morais, acabar com a própria vida somente se justifica se houver um comprometimento mental. Oportuna ou não, essa ideia é apoiada pela existência de diversas psicoses, algumas com maior ou menor risco, que têm, como principal foco do médico, a prevenção do suicídio.
No entanto, em situações não patológicas, como evidenciar o risco de suicídio se a pessoa não verbalizar suas intenções? Observar mudanças de comportamento, conversar e procurar ajuda de profissional competente é a resposta. A própria pessoa, quando consegue assumir as rédeas de sua vida, precisa sair da ociosidade mental, que existe mesmo na companhia de um cérebro repleto de pensamentos, conscientes e inconscientes. Em um exercício de discernimento, é preciso preencher a mente com novas esperanças, buscando forças do bem, ter objetivos claros em cada dia que se inicia, inovar ideias e higienizar a mente com conhecimento útil. Em processos terapêuticos, é necessário facilitar, o máximo possível, os potenciais de cada um nas diferentes fases de vida, o que implica responsabilidades da sociedade, da família e da escola. Viktor Frankl dizia que atingimos o principal propósito de nossas vidas quando fazemos o que amamos e quando vivemos com significado, e compete a cada um atribuir um significado à própria existência.  É sabido que a negação protege o ser da angústia, e esta, embasada em fatos reais ou não, manifesta-se em agressões ao corpo físico e à mente. Fragilizado, o ser tende a desvalorizar suas potencialidades e as coisas boas da vida, não se apoderando da razão e de sentimentos dignos. Libertar-se da angústia depende de se dispor a desistir das coisas que não trazem equilíbrio e bem- estar, mas isso é uma escolha de cada um.
Jean Paul Sartre dizia que o suicídio prova que a vida não vale a pena. Será uma verdade universal? Os infortúnios que nos acontecem até podem ser castigos, mas talvez nos sejam aplicados por nos negarmos a aprender a lição. A lição que só o tempo nos ensina a viver: precisamos de paciência para passarmos nas provas da vida.



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