Mesmo que pareça um assunto muito complicado, é necessário voltar a fazer alguns comentários sobre a doença de Alzheimer, antes de fazer nova abordagem sobre o uso de Cannabis nessa patologia.
A prevalência da doença da Alzheimer aumenta progressivamente com a idade: quanto mais a pessoa vive, maior a chance de ter esse problema neurológico. As pessoas com menor nível de escolaridade e com outras patologias associadas parecem ter chance maior ainda. Nem por isso pessoas com alta intelectualidade estarão livres de risco. Não há, na prática, como prever!
O componente genético não pode ser menosprezado. Levantamentos genéticos afirmam que há um risco maior em parentes de pacientes que apresentam ou apresentaram a doença (4 vezes maior????). Na prática, não temos visto uma grande importância desse fator, mas podemos mudar de ideia algum dia... Difícil, hein?
Existem os chamados marcadores histopatológicos da doença: placas senis, fora das células neuronais; emaranhados neurofibrilares, dentro dos neurônios. Durante a evolução da Doença de Alzheimer, essas alterações neuropatológicas progridem. Mas veja bem: é um marcador de evolução. Na verdade, para diagnóstico, esses marcadores têm importância em pesquisa, e não mostram grande interesse prático. A doença de Alzheimer tem diagnóstico clínico, feito pela história, exame físico, exames subsidiários (para afastar ou confirmar outras causas) e avaliação neuropsicológica.
Após a fase de reprodução do ser humano, a própria natureza da vida não prioriza mecanismos que possam proteger e aumentar a sobrevivência do organismo. Assim, ocorrem falhas e moléculas que têm sua função alterada passam a se acumular, pois o organismo não consegue eliminar essas alterações. Ocorre então um desequilíbrio, que favorece doenças.
É aí que entra o Sistema Endocanabinoide, que é responsável por equilibrar todos os outros sistemas do organismo: nervoso, cardiovascular, endócrino, musculoesquelético, imunológico, hematológico. Se os canabinoides que nosso organismo produz - endocanabinoides - não conseguem dar conta da tarefa de reequilíbrio, é necessário o uso de canabinoides da natureza, os fitocanabinoides.
A experiência mundial, em estudos, mostra que os canabinoides são capazes de proteger o Sistema Nervoso e favorecer, inclusive, a circulação sanguínea em áreas de importante papel na memorização.
Mas atenção: a reversão da doença de Alzheimer não está comprovada, como alegam alguns sites não científicos. Procure um profissional de saúde capacitado na especialidade.
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