Você sabe por que, no Brasil a partir de 1930, o arroz e o feijão passam a ser elementos tipicamente nacionais?
Arroz e feijão são a simbiose da ideia da mestiçagem!
Essa mestiçagem, que dá ao Brasil um povo lindo, acolhedor, com história pra contar...
Karl Marx (séc. XIX) dizia que a classe que detém a riqueza (meios de produção) também possui os meios de produção do pensamento, impondo ideias que justificam sua dominação. Parece que foi por aí que a miscigenação deu início às alucinadas ideias de eugenia, que por sinal eram muito defendidas por médicos, no início do século XX. Supostas leis genéticas visavam à seleção nas coletividades, para produzir aprimoramento e pureza genética. Não aceitava as mistura.
O caráter demoníaco dado à planta cannabis, motivada por interesses de pureza racial e políticas racistas, veio junto com a rejeição do candomblé, capoeira e samba. Uma mistura de falsidades e interesses absurdos.
Para o médico Dr. Rodrigues Doria (1915), a cannabis teria sido introduzida no Brasil pelos escravos, a quem chamava de "a raça subjugada" e a planta e "fumo dÁngola, maconha e diamba".
O GLOBO devassa o mercado maldito da maconha - Prêmio ESSO de jornalismo (1930).
Em 1932, vem a proibição federal do uso da planta, que já tinha uma história de décadas de uso para fins medicinais, deixando de ser vendida em herbários e farmácias (usada anteriormente, em especial, para asma e insônia).
Depois disso, a "maconha" passa por um período de 80 anos sendo abordada exclusivamente como crime. Ainda hoje, quase 100 anos depois, ainda é usada em debates sem embasamento científico, com fins políticos bábaros.
Destaca-se, nessa história, os trabalhos incansáveis do médico Elisaldo Carlini (1930-2020), que produziu ciência por 70 anos, na defesa da cannabis medicinal.
Nunca é demais lembrar que a prensa e combustão da maconha, um dos derivados da cannabis, têm efeitos prejudiciais à saúde, sendo o câncer de pulmão apenas um deles. A maconha, como fumo, perde os efeitos medicinais tão preciosos...
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