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A polêmica sobre a Cannabis - um país na contramão



É evidente que não se trata de caso isolado, temos muitos "carros" trafegando na contramão em nosso país. Não é privilégio desse tema. 



Mas, falando sobre a Cannabis, não dá para entender mesmo! 

Vivemos umm momento em que os recursos digitais parecem superar o valor dos livros e dos dons do ser humano. Momento digital, com uso de aparelhagem sofisticada, exames subsidiários exagerados e muitas vezes  desnecessários, profissionais envolvidos com um capitalismo sufocante, excessiva medicalização de sintomas incentivada pela indústria farmacêutica. Tudo isso ocupando assustadoramente o lugar do diálogo entre médico e paciente, do exame físico detalhado e do tratamento eficaz da condição patológica apresentada pelo paciente. Além disso, excesso de escolas de medicina, sem hospitais-escola para a adequada formação médica, sem vagas para residência médica para todos os formandos. Momentos em que médicos caem no mercado de trabalho procurando progredir financeiramente, mas despreparados, muitos deles despreparados. 


Então, uma luz no fim do túnel, a medicina endocanabinoide, que visualiza o doente, abole listas longas de medicamentos, devolve a confiança do paciente no médico e, acima de qualquer dúvida, devolve o prazer de viver a muitas pessoas que estavam sofrendo. Uma medicina que vem sendo estudada em estudos pré-clínicos, milhares de estudos mundais, com resultados evidentes de eficácia e segurança. 


É de se compreender a dúvida, pois toda novidade gera polêmica. No entanto, pode-se afirmar com segurança que diversos medicamentos alopáticos, vendidos com tanta facilidade em farmácias, oferecem risco real, que pouco é divulgado e não gera proibições. As dúvidas sobre a Cannabis desaparecem com estudos e prática, basta ir atrás. 

Em 1900, a Cannabis podia ser facilmente comprada em farmácias de nosso país, sem receita, e há registros de eficácia em diversas doenças. A ideia de formação de uma República "exemplar" em 1932, após a Revolução de 1930, traz a proibição federal da comercialização da planta, camuflando a ilusão da absurda necessidade de produzir uma  República "modelo". Esse modelo preocupa-se com a composição racial, que se nega a aceitar qualquer coisa ligada aos negros escravizados, que trouxeram a maconha e utilizavam a planta em suas práticas culturais(há diversos estudos sobre essa conclusão). 


Não estamos, aqui, defendendo o uso "recreativo" da maconha! O uso da planta Cannabis, com fins medicinais, nada tem a ver com fumar maconha!

A Cannabis medicinal exige cultivo rigoroso, em solo adequado, tempo para colheita determinado por observação da maturação e dos estudos, extração com técnica estipulada pela ciência, armazenamento específico, testes de qualidade contínuos. 





O maior nome da ciência brasileira e pioneiro em Cannabis medicinal no país, foi o Dr. Elisaldo Carlini, médico especialista em psicofarmacologia, professor da Unifesp e membro da OMS. Morreu em 2020, mas em 1998, aos 88 anos, depois de uma vida dedicada a estudos e trabalho, foi chamado para depoimento na polícia, acusado de fazer apologia a drogas. Na ocasião, nada foi dito sobre as convulsões refratárias que passaram a ser controladas com derivados da Cannabis, sobre a redução de dor em quadros graves, e tantas outras indicações que se abriram com seus estudos.   



Os resíduos tóxicos da maconha prensada, para uso no fumo, alertam para o risco de câncer de pulmão, além de outras sérias consequências. Mas o uso de Cannabis medicinal não está ligado a essa apresentação e consumo da planta!




Resta-nos a dúvida: por que isso agora? Será que o país não conseguiu progredir nada, moral e socialmente falando ? Os motivos da proibição ainda seriam os mesmos de quase um século atrás? 

Que Deus ajude esse país....

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